Olá, leitor. Que bom ter você por aqui, mais uma vez.
Ontem, janeiro acabou e, em um certo momento do dia, eu me peguei pensando sobre o que foi esse mês. Geralmente, nesses "finais" característicos da vida, tenho a tendência de pensar sobre tudo o que foi feito durante o período que, enfim, se encerra. Acho que todo mundo tem um pouco disso, principalmente em finais de ano, finais de ciclo, como um curso ou um emprego. Os finais são sempre um convite a ficar reflexivo, olhar para dentro de si e para o que foi realizado ou não. Hoje, o final de que vou falar é o final do primeiro mês do ano, geralmente aquele mês em que tentamos pôr em prática as metas que, cuidadosamente, estabelecemos para ser alguém melhor.
A minha reflexão nesse final de janeiro aconteceu, principalmente, porque em 2023 eu decidi mudar a forma de enxergar as coisas quando o assunto é leitura. Tudo começou quando, no final de 2022, como de costume, fiz uma retrospectiva dos livros que havia lido no ano, quais os escritores e as nacionalidades por que tinha passado, e senti uma falta imensa de ter me conectado mais com as leituras, de ter feito algo que me fizesse lembrar melhor de cada uma delas, da experiência que foi ler, dos sentimentos que elas me causaram, do que elas me fizeram aprender! Por que não anotei as citações desse livro? Por que não guardei algumas impressões? Por que eu li esse livro, mesmo?
O que eu queria, nesse novo ano, era uma forma de fazer as leituras serem mais significativas, um modo de registrar as minhas experiências para, no futuro (principalmente no final do ano, quando sempre reservo um tempo para fazer uma retrospectiva literária) poder revisitar cada uma delas e, de alguma forma, lembrar do que foi ter um livro como companhia durante um período de tempo, lembrar do porquê escolhi passar esse tempo com ele, lembrar de como ele mudou minha percepção da vida.
Depois de um pouco de pesquisa, vi muita coisa sobre diários de leitura personalizados, cadernos de registro de leitura, listas de leitura... muita coisa legal, criativa e válida, que me ajudaria a lembrar melhor das leituras e fazê-las mais especiais. Mas, no fim, o que decidi fazer foi um book journal, que nada mais é do que um lugar para registrar minhas leituras por meio de colagem, prática que tanto gosto! No meu perfil do Instagram, fiz um vídeo em que mostrei o processo de personalização da capa desse caderninho, que você pode assistir clicando aqui.
Ao longo do mês, fui também compartilhando por lá postagens de cada leitura que finalizava e cada colagem que fazia, que estão disponíveis no perfil para quem quiser ver. Fica aqui, então, uma visão geral dos livros que finalizei em janeiro:
Everything I know about love, da Dolly Alderton - 4 ⭐
Bolo de limão com sementes de papoula, da Cristina Campos - 4,5 ⭐
Olhinhos de gato, da Cecília Meireles - 5 ⭐
Com armas sonolentas, da Carola Saavedra - 5 ⭐❤️ (favoritei!)
Foi um ótimo mês de leituras. Só li autoras mulheres! E percebi que comecei o ano fazendo aquelas leituras mais leves, e as que eu tinha mais vontade de conhecer.
A autobiografia da Dolly foi muito divertida e descontraída, uma leitura fluida e, ao mesmo tempo, inovadora, porque trouxe o assunto de amadurecer nos anos 2000 de uma forma que eu nunca tinha pensado antes. Já com o livro da Cristina, iniciei a leitura porque buscava algo confortável, que envolvesse comida, receitas e relações familiares (sabe aquela ideia de comfort food?, basicamente isso) e foi o que encontrei! Sobre Cecília, já queria há tempos conhecer melhor sua escrita, da qual só já havia lido alguns poemas soltos, e foi interessante descobrir que esse livro é autobiográfico, sobre suas vivências pessoais, além de que a prosa é extremamente bonita (o que esperar de uma poeta, afinal?). E, por fim, Carola, eu já esperava que essa seria uma experiência literária incrível pois, no ano passado, já havia adorado um livro dela, ou melhor, já havia considerado ela uma das minhas autoras favoritas. E me surpreendi com esse segundo encontro, porque só confirmou o sentimento! Tanto a temática abordada quanto a sua escrita são impecáveis e muito originais.
Então, basicamente, o que me fez parar para pensar agora no finalzinho de janeiro foi no quanto foi divertido fazer o book journal, e no quanto já consigo encarar as minhas leituras de forma diferente: com um olhar mais atento, cuidadoso. Fazer uma colagem para cada livro lido me faz continuar a pensar nele mesmo depois de ter finalizado a leitura, pensar nos elementos e nas cores que vou colocar no caderno me faz entender mais ainda a essência do livro, tudo fica mais visual e materializado. Além disso, fico repassando pelo caderninho ao longo dos dias, sempre revisitando aquelas histórias e aqueles momentos (os do livro e os meus), agora eternizados no papel. Com essa prática, também consigo enxergar mais claramente o porquê realizei determinada leitura em determinado momento da vida, e como, às vezes, a escolha se mostra tão necessária para nosso aprendizado, ainda que não tivéssemos ideia disso antes. Ah, o poder e a magia da literatura!
Espero, agora, manter o foco em continuar fazendo isso ao longo de todos os meses do ano. É muito bom poder encontrar e dar mais sentido àquilo que gostamos de fazer! E eu espero que você, leitor, também encontre sentido para suas práticas mais queridas. E que você tenha se encontrado em algum desses pedaços.
Até a próxima!
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